A Administração Nacional de Estradas (ANE) anunciou a interdição temporária da circulação de viaturas pesadas na ponte metálica sobre o rio Revué, situada na estrada N260, que liga as cidades de Chimoio e Sussundenga, na província de Manica. A medida, que terá a duração de 20 dias, visa permitir trabalhos urgentes de manutenção e substituição de componentes estruturais danificados da ponte, após um acidente de viação envolvendo um camião pesado.
O que aconteceu na ponte sobre o rio Revué?
No passado sábado, um acidente envolvendo uma viatura de grande porte provocou danos significativos nos componentes metálicos da ponte sobre o rio Revué. O impacto afetou elementos estruturais cruciais, comprometendo a segurança da infraestrutura e levando a ANE a tomar medidas imediatas de precaução para evitar um colapso ou acidentes futuros.
Fontes locais confirmaram que o veículo envolvido no acidente ultrapassava os limites recomendados de peso para a travessia, intensificando o desgaste e a vulnerabilidade da ponte. Embora não tenham sido reportadas vítimas humanas, os danos materiais são visíveis e requerem reparações especializadas e urgentes.

Medidas tomadas pela ANE
Com o intuito de garantir a segurança de todos os utentes da via, a ANE interditou a ponte exclusivamente para viaturas pesadas — autocarros de grande porte, camiões de transporte de mercadorias, cisternas, entre outros veículos similares.
A restrição permanecerá em vigor por 20 dias, período necessário para que as equipes de engenharia da ANE procedam à reparação e substituição dos componentes metálicos danificados da estrutura.
De acordo com o comunicado oficial da ANE, durante o período de interdição, “os automobilistas de veículos pesados devem utilizar as vias alternativas previamente identificadas para garantir a continuidade do tráfego rodoviário na região.”
Vias alternativas recomendadas
Durante os 20 dias de interdição, a ANE recomendou o uso das seguintes rotas alternativas para viaturas pesadas:
Estrada N260, troço Sussundenga – Dombe
Dombe – Chitausse (Goonda) – N1
Chitausse (Goonda) – Inchope
N6: Inchope – Chimoio
Estas rotas foram escolhidas por apresentarem condições técnicas mínimas para suportar o tráfego pesado e evitar maiores transtornos logísticos para os transportadores e empresas de carga.
A ANE apela à colaboração de todos os condutores, solicitando respeito às sinalizações temporárias, aos desvios e às indicações das autoridades locais durante o período de obras.
Impacto económico e social da interdição
A estrada N260, especialmente no troço Chimoio – Sussundenga, é considerada uma das mais importantes vias de ligação interna da província de Manica. É utilizada diariamente por centenas de viaturas para o escoamento de produtos agrícolas, transporte de mercadorias, passageiros e ligação entre comunidades rurais e centros urbanos.
Com a interdição, diversos setores podem ser afetados:
Transporte de mercadorias poderá sofrer atrasos significativos, aumentando os custos logísticos para comerciantes e produtores agrícolas.
Empresas de transporte de passageiros que utilizam viaturas de grande porte terão que reorganizar rotas ou utilizar veículos menores, afetando a rentabilidade.
Comunidades locais, cuja economia depende do transporte rápido de produtos para mercados urbanos, enfrentarão limitações no escoamento da produção.
Serviços de saúde e emergência podem ter o seu tempo de resposta afetado nas localidades próximas à ponte, especialmente em casos em que o transporte rápido é necessário.
Segurança rodoviária em destaque
O acidente que originou a interdição da ponte levanta novamente a discussão sobre a segurança nas estradas nacionais moçambicanas, em especial no que toca a:
Limites de carga das viaturas
Estado das infraestruturas rodoviárias
Falta de fiscalização adequada
Desrespeito às normas de trânsito
Especialistas em segurança rodoviária defendem que é urgente reforçar o controlo nas pontes e estradas, através de balanças fixas e móveis, além de campanhas de educação cívica e penalização rigorosa de infratores.
O que esperar após os 20 dias?
Segundo engenheiros da ANE, os trabalhos de substituição e reforço dos componentes danificados serão realizados com tecnologia resistente e materiais certificados para garantir maior durabilidade da ponte metálica sobre o rio Revué.
Ao final dos 20 dias, e com a reabertura da ponte a viaturas pesadas, espera-se:
Retorno à normalidade do tráfego na N260
Redução dos custos adicionais com desvios
Melhoria nas condições de segurança da ponte
Avaliação de outras pontes vulneráveis na região para evitar incidentes semelhantes
O papel da sociedade civil
Durante este período, a colaboração da sociedade civil será essencial. A observância das recomendações da ANE, a divulgação correta das rotas alternativas e a paciência com os inevitáveis atrasos podem fazer a diferença na gestão desta crise temporária.
Associações de camionistas, transportadoras, operadores turísticos e mesmo organizações comunitárias devem sensibilizar os seus membros sobre a importância de respeitar as restrições temporárias e evitar comportamentos de risco.
Um desafio técnico que exige cooperação coletiva
A interdição da ponte metálica sobre o rio Revué representa um desafio técnico, logístico e social para a província de Manica. No entanto, com ação rápida da ANE, colaboração dos automobilistas, e um plano de desvio bem definido, será possível ultrapassar este período com mínimos impactos negativos.
Mais do que um obstáculo, este episódio deve ser visto como oportunidade para reforçar a cultura de manutenção preventiva, investimento em infraestruturas rodoviárias robustas e fiscalização eficaz do transporte pesado em Moçambique.